top of page

MATERIALIZAÇÕES DE OBJETOS – OUTRA MEDIUNIDADE DE EFEITOS FÍSICOS

Atualizado: 28 de set.

ree

A materialização mediúnica que Kardec categoriza como “manifestações físicas espontâneas” no Livro dos Médiuns é, assim como a própria mediunidade, uma grande ameaça à crença de religiosos cuja religião é baseada em um dogma diverso e à ideologia de céticos/ateus. Isso porque a materialização é um fenômeno ostensivo.


Assim como existe o fenômeno das materializações de espíritos (que pode ser melhor estudada aqui), há ainda as materializações de objetos existentes no plano espiritual e também o transporte de objetos de uma esfera para outra a qual podemos classificar também como uma mediunidade de materialização (COOKES, 1971).


Obviamente que trata-se de um fenômeno raríssimo, como Kardec diz: “os fatos de transporte são e continuarão ser extremamente raros”, nem todos os médiuns servem para produzi-los. (KARDEC, p. 137)


ree

William Crookes (1971) é um cientista de renome e grande contribuidor da física (inventou o radiômetro) e é considerado um nobre químico da Inglaterra (descobriu o elemento químico taĺio). Ele descreve minúcias materializações mediúnicas no livro Fatos Espíritas. Testemunhou diversos fenômenos e, entre as materializações de objetos, classificou-as e narrou da seguinte maneira:


A – Movimento de corpos pesados com contato, mas sem esforço mecânico


Nesta classificação, o objeto pesado se movimenta após o médium colocar a palma da mão sobre o material. Apesar de colocar esse fenômeno como o primeiro de sua classificação, o cientista não dá grande importância por ser uma manifestação sujeita à objeções. É possível deduzir-se que há ações como empurrar, atrair ou levantar o objeto.


Os exemplo são desde um tremor de um aposento e do seu conteúdo, até elevação ao ar de um corpo pesado quando a mão está colocada em cima (CROOKES, p. 22).


Eis uma das formas mais simples dos fenômenos que observei. Ela varia em grau, desde o tremor de um aposento e do seu conteúdo, até a elevação ao ar de um corpo pesado, quando a mão está colocada em cima. Pode-se objetar que, ao se tocar uma coisa que está em movimento, é possível empurrá-la, atraí-la ou levantá-la; provei, por experiência, que em casos numerosos isso não se verifica; mas, a título de provas, ligo pouca importância a esta classe de fenômenos, e só os menciono como preliminares de outros movimentos do mesmo gênero, produzidos, porém, sem contato.


O cientista explica que há fenômenos de igual ocorrência com o resfriamento do ar de uma maneira especial. Porém, não houve a percepção por parte dele de movimento real do ar, só a ocorrência de resfriamento (CROOKES, p. 22).


Esses movimentos, posso mesmo dizer, os fenômenos da mesma natureza, são geralmente precedidos de um resfriamento do ar, todo especial, que chega, algumas vezes, a tornar-se um vento bem pronunciado. Sob a sua influência vi folhas de papel elevarem-se e o termômetro baixar de vários graus


Porém, o cientista afirma que não houve movimento real de ar resfriando o ambiente, apenas a sensação de ocorrência de resfriamento dos objetos pesados. Ele explica que o frio sentido foi tão intenso, sendo igual a aproximarmos nossa mão de um objeto de alumínio extremamente gelado (sem tocá-lo).


(...) não notei nenhum movimento real de ar, mas o frio foi tão intenso que só posso compará-lo ao que se sente quando se tem a mão a algumas polegadas do mercúrio gelado



B – Fenômeno de percussão e outros sons da mesma natureza


Esta classificação é a de objetos emitindo sons. Crookes não concorda com a definição de “pancadas” definida por Kardec. Para ele dá uma ideia falsa sobre esse fenômeno uma vez que ouviu também barulhos muito delicados. Sons tão sutis que se assemelham a alguns produzidos por ponta de alfinete, outros aparentando arranhadelas (arranhões), gorjeios (canto) como de um pássaro (CROOKES, p.23).


Por diferentes vezes, durante as minhas experiências, ouvi pancadas delicadas, como produzidas pela ponta de um alfinete; uma cascata de sons penetrantes como os de qualquer máquina de indução em plena atividade; detonações no ar, ligeiros ruídos metálicos agudos; estalidos como os que se ouvem quando uma máquina de fricção está em atividade; sons que pareciam arranhadelas; gorjeios como os de um pássaro, etc.


Concluiu que a experiência de meses observando esse fenômeno houve uma particularidade e variedade nos ruídos com cada médium.


C - Movimento de objetos pesados colocados a certa distância do médium


Explica a ocorrência de movimentação de mesas, cadeiras, canapés (espécie de sofá) ficarem em movimento sem o médium ficar pŕoximo ao objeto. Diz que sua própria cadeira fez um movimento circular parcial quando ele levantou seus pés do assoalho e conta outra experiencia surpreendente: (CROOKES, p. 25)


Sob as vistas de todos os assistentes, uma cadeira veio lentamente de um canto, distante da sala, o que todas as pessoas presentes confirmaram; em certa ocasião, uma poltrona chegou até ao lugar em que nos achávamos sentados e, a meu pedido, retrocedeu lentamente, à distância de cerca de três pés.


Afirma que suas experiências de movimentações desta natureza foram numerosas, apenas tratou no livro as mais inesperadas.


D – Mesas e cadeiras elevadas ao chão sem ninguém lhes tocar


A suspensão de objetos como mesas e cadeiras sem o contato material de alguém vivo. O cientista declara (p.26):


Em cinco ocasiões diferentes, uma pesada mesa de sala de jantar elevou-se de algumas polegadas a um pé e meio acima do assoalho, e em condições especiais que tornavam a fraude impossível. Em outra ocasião, uma pesada mesa elevou-se acima do soalho, em plena luz, enquanto eu segurava os pés e as mãos do médium.


D – Movimento de objetos sem contato


Aqui é o movimento do objeto com a permissão de proximidade do médium com o objeto, porém sem o contato. Disse que o fato ocorreu em sua própria casa, ou seja, tornou impossível preparar antecipadamente qualquer truque.

Afirma que ele e um grupo de pessoas observava atentamente um médium circulando em sua sala de jantar e fora tocada uma harmônica num piano. Houve também a levitação de uma garrafa e um cálice acima da mesa. Ainda, moveu-se um leque e o objeto abanou os assistentes (CROOKES, p.29)


Um médium, circulando em minha sala de jantar, não podia, estando eu sentado em outra parte da sala, com várias pessoas que o observávamos atentamente, fazer tocar, por fraude, uma harmônica, que eu segurava em minha mão, com as teclas para baixo, ou fazer flutuar essa mesma harmônica aqui e ali na sala, enquanto ela tocava durante todo o tempo.


Não podia trazer consigo um aparelho para agitar as cortinas das janelas, ou elevar as venezianas até oito pés de altura; dar nó em um lenço e colocá-lo em um canto distante da sala; vibrar notas, à distância, em um piano; projetar um porta-carta através do aposento; levantar uma garrafa e um cálice acima da mesa; fazer erguer-se um colar de coral numa das extremidades; fazer mover um leque e abanar os assistentes, ou ainda pôr em movimento um pêndulo encerrado em uma vitrina, solidamente presa à parede.



ree

Bem, essas foram as experiências de William Crookes. Porém, há os ensinamentos de André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade (2015) do que se faz necessário para que ocorra essa manifestação. A obra trata de uma reunião espiritual a qual ele participa e acontece a materialização de uma mão e de 3 flores com parafina.


Esse espírito de luz explica que o ectoplasma ( uma pasta flexível, à maneira de uma geleia viscosa e semi liquida) em abundância sai dos poros e orifícios do médium como boca, narinas e ouvidos. Esclarece que por maior que seja o empenho dos espíritos, o médium, em especial, carece de faculdades no campo moral como desmaterialização, ambição regrada, afetividade conduzida (LUIZ, p. 254).


André Luiz faz um comparativo com a água, diz que a subordinação dos espíritos à existência de um médium apto é igual. Por mais pura que a água seja, necessita que o canal por onde escorre seja também puro, do contrario sairá poluída (p. 255). Então será necessário paciência ate que o canal por onde a agua passa esteja limpo (p. 257).


Assim como Kardec, André Luiz reforça a necessidade de 3 fluídos: fluídos sutis do plano espiritual; fuído do médium (ectoplasma) e fluidos naturais (água e plantas) (LUIZ, p. 257):


o material leve e plástico de que necessitamos para materialização (...) podemos dividir em 3 elementos essenciais (...) fluido A podem ser representando as forças superiores sutis de nossa esfera (...) fluido B definido como recursos do médium e dos companheiros que assistem e fluido C constituindo energias tomadas à natureza


ree


Ainda sobre a materialização de objetos, temos uma figura paranormal autêntica no Brasil: Dona Ederlazil Cardoso, conhecida como a Mulher do Algodão, Médium do Algodão, nascida em Nova Granada interior de São Paulo. Desde a infância já possuía inclinação religiosa, tinha como brincadeiras favoritas procurar magia enterrada, montar altares para oração, benzer as bonecas das amigas. (COSTA, p. 56)


Nas dinâmicas infantis receitava remédios que tinham certa eficácia (já recebia orientação de guias). Afirma nesta fase da vida ter experiencias envolvendo aparição de santos, entre eles, Santo Antonio de Pádua, Nossa Senhora do Rosário e o Arcanjo São Gabriel. (COSTA, p. 56)


O início do fenômeno paranormal ela contou em entrevista ao Programa Mistérios da extinta TV Manchete em 1997.  Houve aparição de Nossa Senhora do Rosário. A santa a informou da necessidade em atender pessoas com problemas de saúde, graves e também problemas espirituais e que era para ela iniciar aos 13 anos. (COSTA, p. 183)


Então ela passou a atender as pessoas informalmente. Casou-se aos 18 anos, porém houve resistência do marido – interessado em uma vida mais discreta. Em determinado momento ela atendeu escondido um Senhor e ele ofereceu um carro ao marido em troca dele deixá-la atender as pessoas. Após a entrega do veículo, houve o consentimento do marido e Dona Ederlazil passou a atender em grande escala àqueles que vinham em busca de algum tipo de cura ou milagre.


Afinal, como é a materialização de Dona Edelarzil – A Mulher Algodão?


Basicamente, Dona Ederlazil materializa objetos oriundos de influências negativas presente na vida das pessoas. Os objetos são transportados de um plano para próximo da médium e materializados no algodão.


Tratam-se de velas coloridas em vários formatos, flores de plástico, ossos de animais, ossos humanos, larvas vivas, cacos de vidro. Existe uma tabela no local explicando o significado de cada objeto materializado.



Portanto, é um fenômeno gera nas pessoas grande necessidade de verificar a existência de negativismos em suas vidas, então a procura por Dona Edelarzil sempre foi grande. Após a década de 80 ela passou a atender regularmente, o número de pessoas aumentou progressivamente, ela fundou o centro Nossa Senhora do Rosário onde trabalhava 3 vezes por semana e teria chegado a atender 5 mil pessoas por dia (COSTA, p. 60).


Depois, em 1997, mudou-se para uma chácara em Votuporanga – SP onde fundou a Estância Casa Caminho e Luz e devido a popularidade chamou atenção da imprensa e passou a participar de reportagens em jornais, rádios e emissoras de televisão como TV Manchete e TV Globo.


Em 23 de agosto de 1991 teve sua imagem explorada negativamente no Globo Repórter com a participação do Padre Oscar G. Quevedo o qual a sentenciou como uma fraudadora. Caso você seja uma pessoa de geração mais nova, não irá conhecer o Padre Quevedo, já quem vivenciou a participação dele no quadro Padre Quevedo – O Caçador de Enigmas. Até os dias de hoje, há quem entenda que o padre a “desmascarou”, pois no dia de sua visita a materialização foi de objetos pequenos e ele decretou de maneira rasa o fato da seguinte maneira:


O truque ocorreu no momento em que ela ficou de joelhos tampada pelo algodon e primeiro levantava as duas mãos isso se chama mágica misdirechion, mas depois é só a mão direita e a esquerda estava orclulta, pode tirar qualquer coisa entre as pernas, do ânus de quarquer lugar. Depois, fingiu “Senhor Jesus tem que materializar alguma coisa” e bateu nos algodões, ai poderia até colocar. E depois que vim para cá, ainda revirou (a peneira) para lá. Eu disse: Vurgamente um truque pequeníssimo!


Porém, fatores como o desconforto emocional de Dona Edelzair e o fato de abaixar uma das mão em um momento de oração, não a define como fraude. Além disso, afirmar que ela oculta os objetos entre as pernas, até dentro do ânus e depois coloca no algodão é bem injusto e, no mínimo, desrespeitoso.


Além disso,o fato de Dona Edelzair não fazer materilização tão ostensiva na presença do padre não significa que ela é uma fraude. Porém, o que ocorreu na prática foi um desgaste de sua imagem e, a depender de suas convicções, irá afirmar que o padre enfático a “desmascarou”.


ree


Após esse incidente, Dona Ederlazil restringiu significativamente as visitas de uma média de 1500 pessoas para 50 a 100, que em sua maioria a visitam através de caravanas autorizadas por ela e com data marcada. Outros que a procuram por conta própria não são negligenciados (desde que respeitem o horário de preparação – antes das 11h), pois as materializações ocorrem por volta das 13h. Atualmente, os atendimentos são ainda menores haja vista está em idade avançada e cansada (COSTA, p. 61).


Dentre vários depoimentos contemporâneos, temos do jornalista Jair Albino do Jornal da Orla (2022). Ele relata sua experiência no quadro do seu canal Fronteira da Ciência, conta que você leva seu algodão, o desfia todo e o coloca em uma peneira grande (das várias peneiras que existem no local). No caso dele particular, presenciou, entre os objetos, a materialização da cabeça de um de um porco:


ree

Ele comenta:


Essa aqui é a cabeça de um... de um porco gigante. Um porco grande, saiu de uma conhecida minha. Você pode também tirar para uma pessoa conhecida sua. Não só você como alguém que está precisando. Eu tirei e saiu essa cabeça de porco gigantesca que não cabe dentro do algodão (riso). Isso é incrível, se alguém quiser ir para Votuporanga vai conhecer isso (...)



E após todos esses anos, fica fácil perceber que o padre não estava preocupado com a veracidade dos fatos, nem com a ciência. Sempre que um fenômeno paranormal foi contra os interesses e dogmas da igreja católica ele, como padre, rechaçou. Ademais, a parapsicologia que pode dá respaldo ao padre para alguns não é reconhecida como ciência pela comunidade científica. (MORAES, 2012)




E com O Meu Cavaleiro de Ouro?


No enredo, o meu cavaleiro de ouro foi vítima de um feitiço realizado por seu cunhado Simão (um mago negro refém de seus sentimentos negativos). Simas, Sol da Manhã e esse pajé sentaram-se com as pernas cruzadas, realizam uma ritualística em que fazem um regresso no tempo. Nessa regressão, eles assistem toda obra espiritual maligna feita por Simão. Depois, seus espíritos se desdobram até um cemitério alemão e lá ocorre o transporte de dois manequins que estavam enterrados (p. 218 e 219).


Dali partiram rumo ao mesmo cemitério na data atual e foram parar na mesma sepultura. O pajé cavou no mesmo lugar e desenterrou os dois bonecos, levando-os consigo pelo espaço que não tinha fronteiras. Chegou perto do próprio corpo e  depositou-os à sua frente. O Pescador e Sol da Manhã viam os três corpos sentados no chão, com as pernas cruzadas. Para quem os vissem, assim como estavam, pareciam estar dormindo.


Depois de colocar no chão os dois bonecos, o pajé tamoio foi entrando no próprio corpo (...) o pajé pegou o boneco que simbolizava o corpo masculino e umedeceu as duas partes com um liquido viscoso que deixara ao lado...

(pág 219 – Capítulo O Segredo do Tempo.


Vejam, assim como o pajé da aldeia de Lua Branca materializou manequins instantaneamente na época das capitanias hereditárias, modernamente temos, no Brasil, uma médium que igualmente realiza de maneira idêntica a mesma materialização instantânea de objetos - Dona Ederlazil! O que difere ambos é apenas que o pajé entra em transe mediúnico, se desdobra e retorna com o objeto ao passo que Dona Ederlazil faz a materialização de maneira consciente.


Quem observar, Dona Ederlazil já mencionou em diversas reportagens que iniciou o seu trabalho de materialização com os objetos caindo sobre as pessoas. Diante disso, para evitar acidentes, adaptou o seu trabalho para que os objetos se materialize nos algodões (COSTA, p.183).


Trecho de entrevista para o programa Mistério em 1997, Repórter Raul Silvestre:


Quando eu trabalhava, não usava algodão. Eu mentalizava e caiam direto sobre as pessoas, mas machucava, sujava... caco de vidro cortava, ossos... Machucava e as pessoas saíam sujas e com medo. Quando começava a cair, já todo mundo queria correr. A água é para purificar e o álcool é um desinfetante... Porque tem terra de cemitério, restos de... Vermes, o álcool mata um pouco.


Para quem se interessar em saber o desfecho completo desta parte da vida desse espirito de luz, de sua esposa paralítica e demais ensinamentos que o livro O Cavaleiro da Estrela Guia nos traz, adquira o livro, faça a leitura e seus estudos.


REFERÊNCIAS:



CASTRO, Luiz. Federação Espirita de Brasíla – Professor do Curso Esme.


CROOKES, William. Fatos Espíritas – Observados por William Crookes e outros sábios. Tradução: Oscar D’Argonnel. FEB, 1971, p.123.


HDVIDEO MS. Materialização no algodão, (13m21s). Disponível


LUIZ, André (Espírito), Nos domínios da mediunidade / pelo Espírito André Luiz; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier – 36 ed. 3. imp. – Brasília: FEB, 2015, 293 p. 21 cm – (Coleção: A vida no mundo espiritual:8).


MORAES, Bruno. Padre Quevedo Desmascarou a Ederlazil? A Mulher do Algodão? – Materialização – Rede Globo – Pseudocéticos.


WILLIAM CROOKES. In. WIKIPÉDIA: A enciclópédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Crookes. Acesso: 09 de agosto de 2025.


 
 
 

1 comentário


Sítio de Umbanda - Todos os Direitos Reservados 

bottom of page