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(In) Existência de um único líder religioso na Umbanda ( O Papa)

Atualizado: 14 de jul.

Um vídeo no Youtube do canal do Pai Léo das Pedreiras aborda esse tema: existência ou não de um líder religioso com o condão de estabelecer as diretrizes e dogmas da Umbanda. Pai Léo é um dos pioneiros sacerdotes que decidiu não apenas trabalhar para a Umbanda em seu terreiro, mas também expandir seu conhecimento para o universo

on-line.


E em terra de inteligência artificial, faz-se muito necessário que os umbandistas decididos a transcenderem para essa esfera online, apresentarem informações, da maneira mais fidedigna possível, do que é a Umbanda.

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Ele aponta que um possível “Papa” seria quem formalmente fundou a Umbanda em 16 de novembro de 1908 – Zélio Fernandino de Morais. Para quem não sabe essa parte histórica, Zélio era médium na Federação Espírita do Rio de Janeiro e incorporou o Caboclo das 7 Encruzilhadas (que em uma das vidas foi o padre Gabriel Malagrida), então entidades, tais como: indígenas e escravos queriam espaço para também exercitar a caridade, e por não ter sido concedido disseram nessa reunião espiritual que estava então estabelecida uma nova religião no Brasil: a Umbanda.


O Pai Léo foi muito feliz nesse vídeo ao comentar que já havia cultos umbandistas anteriores à oficialização em 1908. E pegando esse gancho, vale mencionar o livro O Cavaleiro da Estrela da Guia (que eu carinhosamente o denomino essa entidade de O Meu Cavaleiro de Ouro).


Quem ler esse livro irá se deparar que a Umbanda, na verdade, é formada sobre esse especial ser de luz. E que a formação da Umbanda ocorreu no período colonial, época das capitanias hereditárias em que Simas de Almoeda, um ex-padre da Inquisição, chega ao Brasil.


Retornando ao tema “Papa”, Pai Léo das Pedreiras comenta que Zélio posteriormente passou a ser pai de santo durante muitos anos até seu desencarne em 1975. E nesse período, fundou e dirigiu a Tenda Espirita Nossa Senhora da Piedade (que encontra-se aberta até hoje em Cachoeira do Macacu - RJ).


Consequentemente, Pai Zélio ensinou/ doutrinou diversos filhos de santo que posteriormente abriram casas notáveis como a Casa do Caboclo Mirim – Tenda Mirim, e há outros grandes dirigentes como Benjamim Figueiredo, Estada Tancredo, Macsilva.


Fora do núcleo de Zélio Fernandino, Pai Léo cita Pai Jamil Rachid, Ronaldo Linares, Edsom dos Anjos e para não ficar só no campo masculino, menciona como grande mãe de santo: Sra Maria Aparecida Primado. Porém, nenhum deles é ou foram reconhecidamente considerados um (a) Papa.


E Pai Léo cita também o Pai Rubens Saranceni (hoje no plano espiritual). E mesmo que ele não seja reconhecido como esse líder supremo, analisando suas obras é bem cabível esse “título” caso seja importante. Isso por considerarmos seu trabalho na Umbanda, em que sua missão foi de endossar a religião, de psicografar livros de grandes Guardiões de mistérios, de desmistificar e explicar Exu, entre outros feitos.


Obviamente, que o reconhecimento de Pai Rubens como liderança maior da Umbanda, mesmo desencarnado, somente ocorrerá de quem assim o vê. Pai Léo humildemente toca no nosso aspecto psicológico. Ele revela que somos seres egóicos e que, portanto, em alguns momentos de irracionalidade ou ausência de inteligencia emocional, fazemos uso da vaidade. A deixando nos dominar e passamos a acreditar que somos nós mesmos o Papa da Umbanda seja como sacerdotes, seja como médiuns detentor de mediunidade bem ostensiva da corrente.


O sacerdote para se achar Papa, basta um certo número de filhos, frequentadores e reconhecimento. Já para os filhos de santo/ médiuns da corrente alguns também deixam-se levar e acreditam ser o (a) melhor médium da respectiva casa que trabalha e de até outras casas que por ventura frequentem ou se consultem. Passamos a nos considerar o mais capacitado (a). Pai Léo, em uso da sua experiência, até afirma que há mediuns na corrente que chegam a pensar serem melhores até que o seu próprio sacerdote.


Porque o reconhecimento simbólico de “Papa” ao Pai Rubens Saranceni?


https://umbandasagradacampinas.wordpress.com/2017/11/21/entrevista-rubens-saraceni-revista-sexto-sentido/
Imagem: Umbanda Sagrada Campinas

Vejam que a discussão de "embranquecimento" da Umbanda, ou seja, a religião ter um líder ou fundador pessoa de pele clara em contraste com a raiz ser de matriz africana não merece destaque. A crença neste espaço online, até o presente momento, é no sentido de que umbanda formou-se em meados de 1600 no Cavaleiro da Estrela Guia. Então, aos negros que queiram reivindicar a fundação da Umbanda em um negro, temos João de Mina já com seu repertório espiritual atendendo um padre branco.

De todo modo, vale dizer que, ainda que não se tenha um “Papa” na Umbanda, esse espaço online é reflexo dessa liderança que Pai Rubens Saraceni firmou quando encarnado. Esse sítio online é em homenagem à uma das grandes obras psicografadas por Pai Rubens.


Obra capaz de tocar grandemente o coração das pessoas e que, em associação com outras obras em formato de romance, influencia positivamente não só médiuns umbandistas, mas novos adeptos e curiosos em uma intensidade maior que autores de outras obras, com o devido respeito. Já que ocorre interconexão do O Cavaleiro da Estrela Guia com outros Guardiões e espíritos muitos especiais. Isso sem mencionar as obras de doutrina propriamente dita como Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada considerada essencial na religião.


Até esse momento histórico de nossa religião, realmente não verificamos uma voz única capaz de falar pela Umbanda. Cabe a cada umbandista escolher seu guia mestre (seja uma figura reconhecida na religião encarnado ou desencarnado, seu guia espiritual, ou, porque não, só o próprio Cristo) e segui-lo na crença de que atingirá sua evolução espiritual.


Referências:


Youtube – Canal Pai Léo das Pedreiras - Pílula 223 – Quem é o Papa da Umbanda?


TUJN – Tenda de Umbanda Jesus de Nazaré


Imagem: Portal Buritiense


Imagem: TUS Caboclo Rompe Mato

 
 
 

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